sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Desespero da oposição leva à CPI do MST, diz Luiz Sérgio

A destruição de pés de laranja na fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, foi um enorme erro. Ninguém em sã consciência pode defender uma ação como aquela, que beira a irracionalidade.Mas a velha sabedoria ensina: um erro não pode justificar outro. Tentar demonizar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma entidade com 25 anos de serviços prestados à necessária e justa causa da reforma agrária, por causa da insanidade de poucos, é uma lógica perversa que interessa apenas aos setores mais conservadores de nossa sociedade.

São esses setores que agora se mobilizam para transformar a CPI do MST em mais uma tentativa de desestabilizar o governo. Não é segredo algum que a oposição anda desesperada atrás de algo que possa evitar a derrota certa em 2010. Isso talvez explique o fato de as imagens do trator passando por cima das laranjeiras só terem sido divulgadas mais de uma semana depois de feitas, em momento oportuno para os interesses dos que defendiam a criação da CPI.

O MST também foi acusado de roubar óleo diesel e pertences dos empregados da fazenda. Há indícios de que tudo teria sido armado para incriminar os militantes, inclusive com a participação de elementos infiltrados. O que se pede é uma investigação independente. Identificados os culpados, que sejam punidos. Se realmente pertencerem ao MST, o movimento terá que responder por isso. Caso contrário, que se divulgue a armação.

O MST já afirmou que não teme a CPI. O governo também não. Nem a base aliada. A investigação será uma oportunidade a mais para debater o aprofundamento da reforma agrária. Enquanto isso, a oposição seguirá seu caminho em busca de um fato que lhe sirva de bote salva-vidas.

Artigo escrito por Luiz Sérgio, deputado federal (PT-RJ).

Texto originalmente publicado nesta sexta-feira (23) no jornal O DIA, do Rio de Janeiro.

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