sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Venezuela no Mercosul e a afirmação dos objetivos nacionais

Prevaleceu o bom senso, e a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou, ontem, a entrada da Venezuela no Mercosul. Há os que se opõem a esse ingresso e, em passado recente, pretendiam que aderíssemos ao Alca. O Tratado de Livre Comércio das Américas, como o desejavam os norte-americanos, seria, para repetir o guatemalteco Juan Arévalo, a associação entre as sardinhas e o tubarão. A adesão do México ao Nafta representou a desnacionalização da indústria, o aumento da criminalidade, a repercussão dramática da crise econômica norte-americana em seu território. O México perdeu 15% dos empregos existentes em 1994 e, só no ano passado, 6.290 pessoas foram assassinadas na guerra do narcotráfico.

O presidente Chávez tem surpreendido os meios políticos com seu comportamento inusitado. Sua eleição constituiu a quebra de um paradigma. Mas essa quebra de paradigma não ocorreu somente na Venezuela. No mundo inteiro, o eleitorado tem preferido, nos últimos decênios, homens que fogem aos modelos clássicos de chefes de Estado e de governo do século 19 e início do século 20. São homens que não se identificam com o que convencionamos chamar establishment. Esses homens novos, para usar o léxico político romano, não constituem privilégio da esquerda. A direita também os elege, mais do que a esquerda e, talvez, tenha a ela cabido o privilégio de inaugurar o costume, quando fez do caubói Ronald Reagan o presidente dos Estados Unidos em 1980. (...)
Hoje, a Venezuela é um dos mais importantes parceiros comerciais do Brasil, e, acima dos preconceitos contra o índio Chávez, prevalecem os interesses dos grandes empresários brasileiros, que exportam bens e serviços para aquele país. E, da mesma forma, os nossos objetivos nacionais permanentes.

Essas reflexões são do jornalista Mauro Santayana, em sua coluna no Jornal do Brasil desta sexta-feira. Para ler o texto na íntegra, clique aqui.



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