terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dilma anuncia consenso sobre proposta contra o aquecimento global

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou nesta segunda-feira que o governo apresentará, até o próximo dia 14, um “objetivo voluntário e consensual” de redução das emissões de gases de efeito estufa na faixa dos 40%, a ser apresentado no encontro mundial sobre as mudanças climáticas, na Dinamarca, em dezembro. O anúncio foi feito depois de uma longa reunião do presidente Lula e vários ministros com cientistas, ONGs e entidades empresariais e de trabalhadores.

“Não estamos muitos distantes disso: 38%, 42%. O número que será apresentado será o factível e ainda faltam alguns cálculos. Só assumiremos o que for realmente possível. E não apresentaremos metas, pois essas devem ser apresentadas pelos maiores emissores), mas sim objetivos voluntários e consensuais”, frisou. Dilma afirmou que durante a reunião na Dinamarca, o Brasil terá uma “posição muito clara” ao afirmar sua condição de ser um dos países mais comprometidos com a energia renovável e a redução de desmatamento.

Segundo Dilma, “as medidas permitirão que o governo esteja bastante forte. Então, já somos um exemplo para o mundo. Mas estamos preocupados que a COP-15 tenha ganhos. O fato de anunciarmos um objetivo expressivo não impede que saibamos que os responsáveis são os países desenvolvidos”. A estimativa de corte nas emissões de CO2 leva em consideração um crescimento econômico entre 5% e 6%, mas, segundo Dilma, o maior desafio para o governo será na projeção da manutenção da taxa de energia renovável no país. “Estamos assegurando que uma coisa (corte nas emissões) não afete a outra (o desenvolvimento)”, disse Dilma.

“Não importam os nomes, se metas, se objetivos. O importante é que, pela primeira vez, o governo não desmaiou ao ouvir nosso pedido de 40% de redução. E o número ficará em torno disso”, disse José Pinguelli Rosa, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e que coordenou o consenso entre as várias organizações presentes. Pinguelli frisou: ”Temos que avaliar também que milhões de brasileiros querem luz elétrica, casa. Ou querem que a gente mate essa gente pobre que começa a emergir socialmente no país? Por isso se projeta 40% com o crescimento até 2020. Os números do governo e do consenso são realistas. Falar outra coisa é imbecilidade”. disse Pinguelli

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