quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lula, o acordo com o Irã e o complexo de vira-latas da oposição

O acordo nuclear sobre troca de urânio assinado pelo Irã com Brasil e Turquia é uma realização extraordinária da diplomacia brasileira e do presidente Lula. Os especialistas no assunto concordam com isso, mas a turma do contra, no Brasil, procura tirar os méritos do governo brasileiro. Há, naturalmente, interesses políticos-eleitorais da mídia e da oposição, mas o fato é que o tratamento desrespeitoso à meticulosa operação diplomática revela o eterno complexo de inferioridade de parte da elite brasileira. Como diz o jornalista Mauro Santayana, entre os que contestam a importância do acordo há os "nostálgicos de um tempo em que Otávio Mangabeira beijava a mão de Eisenhower e Vernon Walters dava ordens aos golpistas de 64. Queiram, ou não, os xenófilos deslumbrados, o compromisso de Teerã é uma vitória diplomática do Brasil e do metalúrgico Luiz Inácio, que chefia o Estado". Ele acrescenta que o Brasil não necessita da licença de terceiros para conduzir sua política externa. "Cabe-lhe exercê-la com o respeito que o governo deve ao Estado e, o Estado, à soberania do povo."

Santayana completa:"É irrelevante saber se a senhora Clinton está atendendo mais aos eleitores sionistas e ao lobby da indústria de armamentos do que aos interesses profundos de seu país, que o presidente Obama parece identificar. Há, desde a campanha eleitoral, diferença de approach com relação ao Oriente Médio entre a bem sucedida advogada de Chicago e o mestiço nascido no Havaí com o inquietante sobrenome Hussein. Cada pessoa é também a sua circunstância, de acordo com o achado do jovem Ortega y Gasset, e a ela sempre pagará algum tributo. A circunstância de Lula fez dele, desde a infância, um negociador. Homens que não nascem com o futuro assegurado pelos bens de família devem negociar o seu destino com os percalços da vida, e Lula soube fazê-lo, e bem, pelo menos até agora."
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